terça-feira, 12 de agosto de 2008

Cosmos


Quem somos nós? O que fazemos aqui? Para onde vamos? Mais cedo ou mais tarde todos nos questionamos sobre o sentido da vida, tentamos encontrar uma resposta que justifique a razão de estarmos vivos. Estas perguntas vivem comigo, diria mesmo que fazem parte do que sou, e muitas vezes dou por mim a sentir-me mais pequena do que um grão de areia. Outras julgo-me a dona da verdade e cheia de arrogância lá vou debitando umas frases que rotulo de verdades Universais. Quando sinto exceder-me trago à memória as imagens captadas no espaço pelo telescópio Hubble, apontando o infinito. Esmagador!!!!





Quanto mais penso e sinto estas questões, mais tenho tendência a excluir a religião e a encontrar um denominador comum: independentemente da crença de cada um (cristianismo, budismo, hinduismo,etc), a verdade é que a nossa morada é a mesma e chama-se planeta Terra. Penso não estar a exagerar se disser que esta pode ser uma das poucas verdades Universais, transversal a todos os credos. Então porque é que não paramos para tentar perceber o Universo que nos acolhe e que abarca em si todas as possibilidades e doutrinas religiosas? Se o Cosmos é o palco para os nossos devaneios divinos, porque é que lhe damos tão pouca importância? De que serve rezar o Pai Nosso ou mantrar o OM, se depois maltratamos o planeta que generosamente nos acolhe, e sem o qualquer as nossas vidas seriam nada? Sabemos ao menos que oceanos e terras fazem parte deste mundo?


É curioso pensar que somos feitos da mesma matéria que compõe as estrelas, o Sol e a Lua. Com eles temos em comum o hidrogénio, o magnésio e o sódio. Esta observação científica leva-nos a sentir unos com o Universo e dele depende a sobrevivência da espécie humana. Por isso, talvez mais importante do que erguermos cegamente a bandeira de uma qualquer religião, é cuidar da saúde do nosso querido planeta azul. Confesso achar de uma enorme incoerência seguir à risca, sem questionar, uma série de rituais em nome de Deus, quando bem à nossa frente a Terra definha de dia para dia. Não quererá "Deus", antes de qualquer coisa, que cuidemos da casa que "Ele"nos deu? É que sem ela nenhum Deus pode ganhar forma.


Li a seguinte frase num livro absolutamente fascinante, Cosmos, escrito por Carl Sagan (cientista e astronomo), e que nos chuta para canto no que toca à prepotência humana: "o conhecido é finito, o desconhecido infinito. Intelectualmente estamos numa ilha no meio de um oceano ilimitado de inexplicabilidade. O nosso dever em cada geração é recuperar um pouco mais de terra". Sejamos humildes e cuidemos da nossa casa. Esta é a nossa verdadeira herança ancestral.


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