segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Relacionamentos, solidão e equívocos


"Os relacionamentos existem para as pessoas aprenderem grandes lições sobre si próprias, sobre a vida, sobre os valores fundamentais da existência. Antes de aceitarmos até às últimas consequências a nossa condição de seres solitários, não temos como estabelecer relações reais com os outros. Nós queremos fugir da solidão, em vez de atravessá-la. Se ao menos pudéssemos aceitá-la, abençoá-la, ela passaria a ser uma conquista da nossa consciência.



E só a partir dessa consciência poderemos ter relações saudáveis uns com os outros, simplesmente porque já não iremos aos relacionamentos para pedir, mas para dar. E essa é a lei do amor humano: amar é dar, é partilhar, é transbordar. Não é pedir, precisar, depender. Não é estabelecer acordos de vampiros para preenchermos um vazio que vivemos como uma carência.



Nas relações pessoais, ou somos mendigos ou imperadores. Quem não atravessa a solidão só pode viver como um mendigo, exigindo atenção, amor, cuidados, cobrando a presença do outro. Vivendo relacionamentos pouco saudáveis, pouco livres, ou que pouco lhe devolvem de si próprio - mas que são o preço a pagar para ter alguém do seu lado, o preço a pagar para não se estar só.



Mas se carregarmos essa dependência emocional imatura e irresponsável pela vida afora, projetando-a para cima de quem julgamos amar, a vida conduz-nos a experiências de sofrimento, de perda, de rupturas amorosas. E é tão-só o Universo, programado que está para a evolução, dizendo-nos: "não podes depender de ninguém, e sempre que o fizeres vais ser recordado pela dor, que não deves viver como um mendigo, mas como um imperador. Dá o teu melhor aos outros sem depender deles para te sentires alimentado. A tua dádiva é a tua maior riqueza, a tua carência a causa do teu sofrimento". E só assim podemos aprender."



Com esta publicação presto uma pequena homenagem ao Nuno Michaels, um querido ser-humano e um excelente astrólogo, autor deste texto que me toca tão profundamente.




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